quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Cuzco e Machu Picchu

Infelizmente já estou de volta ao Brasil e ao trabalho :(

Vou resumir a nossa última semana de viagem em poucas palavras e deixar as fotos mostrar um pouco do que foi o final dessa expedição.

Fomos de La Paz para o Peru de ônibus, foi uma viagem de 12 horas com um serviço de bordo de primeira categoria, isso quer dizer algo 10 vezes pior do que o serviço de bordo da Gol (urgh !). Como o nosso ônibus era uma linha direta, não tivemos parada em nenhum posto. A única parada foi para passar na migração Bolívia - Peru. Fora isso correu tudo bem.

Como fomos na cara e coragem para o Peru chegamos por lá à noite (sábado) e não tinhamos nenhuma reserva de hotel. Na rodoviária conhecemos o guia Water que cuidou de tudo para nós. Desde hospedagem até os nossos passeios, nem precisa dizer que rolou algumas roubadas com nosso amigo.

Apesar de não termos água quente, o quarto não ter janela, a cama ter um colchão pior que isolante térmico e desajuno intercontinental (pão com manteiga e café) conseguimos um lugar para dormir.

No primeiro dia (Domingo) fizemos o passeio do Vale Sagrado de los Incas: Pisaq, Olantaytambo, outros lugares que não recordo o nome no momento.



Cuzco

Segundo Dia (2a feira) depois de muita confusão conseguimos pegar o trem para Águas Caliente (Machu Picchu). Chegamos na correria por lá e subimos para conhecer Machu Picchu. Foram apenas 3 horas para conhecer Machu Picchu (infelizmente) foi o que o nosso guia conseguiu.

Dormimos em Águas Caliente e no dia seguinte retornamos para Cuzco. Acabamos não fazendo muita coisa nesse dia, apenas uma volta pela cidade de Cuzco para conhecer melhor.



Machu Picchu

Dia seguinte fizemos um city tour e à noite pegamos o ônibus de retorno para La Paz, mas com um pensamento em comum: precisamos retornar ao Peru e voltar a Machu Picchu.

O nosso último dia de viagem foi em La Paz e tiramos para fazer algumas compras e descançar. No dia 27 (6a. feira) pegamos o nosso vôo as 07.00hs da manhã (La Paz - São Paulo).

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Death Road (Estrada da Morte)

Desde quando chegamos em La Paz o Galo vem colocando pilha no grupo para fazer a descida de mountain bike (Downhill) na Estrada da Morte (Death Road). Essa antiga estrada é famosa pelo seu visual e seus acidentes (mortes) que ocorreram por lá.

Até alguns anos atrás quando a rodovia era mais extensamente utilizada, antes da nova rodovia, ocorria em média de 100 mortes por ano. Inclusive vários ciclistas perderam suas vidas ao fazer esse percurso que liga La Paz a Coroico.

A estrada tem um visual maravilhoso pelas montanhas e uma descida que sai de 4600 mts de altitude para 1200 mts, chegando em Coroico.



A descida foi alucinante com muita adrenalina, apesar de ser muito mais seguro fazer essa descida agora com a estrada praticamente sem movimento. Mesmo assim muita atençäo e concentraçäo é fundamental porque qualquer vacilo pode ser fatal. No ano passada morreram 8 ciclistas (turistas aventureiros) nesse trajeto.


Depois de tanta aventura e adrenalina estamos indo amanhä (sábado) para Cusco e quem sabe Machu Picchu.
Nota: O Guilherme e Chico estáo retornando ao Brasil. Continuamos eu, Adilson e Galo na estrada.

Huayna Potosi

Retornamos do Condoriri no sábado, 14/07, para comemorarmos o aniversário do Galo que por sinal foi uma balada bem forte no Mongos (point de La Paz). Infelizmente o blog näo tem espaço para os detalhes e nem fotos/vídeos foram registrados desses momentos. A melhor opçäo é perguntar para o Galo sobre essa comemoraçäo.

Domingo (15/07) foi dia de ressaca e descanso, mas mesmo assim fizemos os acertos e planejamento para o Huayna Patosi. Afinal o grupo todo está com a empolgaçäo lá em cima (nas montanhas).

Nessa nova investida nas montanhas o grupo sofreu desfalque. O Pedräo (Zen) retornou para o Brasil na segunda-feira logo pela manhä após 45 dias de Bolívia, já näo estava mais agüentando de tanta saudades.
O Chicäo abandonou o grupo e foi em carreira solo na Bolívia, na realidade pulo para o grupo do Thiago e David que foi com quem ele fez o cume do Pequeño Alpamayo.
Enfim, partimos na segunda-feira (16/07) para o Refúgio Huyana Potosi para passarmos a primeira noite em 4700 mts para uma aclimataçäo. No dia seguinte o Galo acordou decidido ir embora porque concluiu que altitude näo è a praia dele.


O Tio Bob näo conseguiu dormir nessa noite e sentia muita falta de ar, mas estava topando ir para o acampamento alto. Um pouco antes de sairmos em marcha para o acampamento alto o Chico Borsari aparece com as novidades. Ele tinha tentado o Huayna Potosi com os brasileiros Thiago e David. No entanto as novidades näo eram boas.

O Chico passou mal a noite e nem saiu do refúgio para tentar o cume. O Thiago e David tentaram mas logo retornaram. Fora isso o tempo foi de muito frio e muito vento. Com essas notícias o Adilson acabou desistindo de ir para o acampamento alto.

Assim sobrou eu e Guilhermäo para tentar o cume. Subimos para o acampamento alto e por volta de 15hs chegamos por lá, depois de 2 horas de caminhada.

Chegamos e logo fomos preparar o nosso "jantar". Só que o fogareiro MSR deu pala e tivemos dificuldade de aquecer a água para a nossa comida lifolisada, urgh !
Os ajudantes de guia ("sherpas") deram risada do nosso fogareiro, eles estavam usando algo bem rudimentar com querosene e estavam todos se dando bem, enquanto os brazucas com MSR passando apertado para preparar o rango. Conseguimos engolir algo que estava horrível e ficamos aguardando a hora de dormir.

Tivemos um final de tarde maravilhoso lá do alto com o visual previlegiado do Acampamento Alto, aproveitei para tirar umas fotos.

Por volta das 19hs todos os hospédes (escaladores e guias) do refúgio foram dormir.

Quando foi 01:00 hora da madrugada os guias foram acordando e pedindo para os clientes se prepararem para um "café da manhä" e ataque ao cume.

O Guilherme acordou com muita dor de cabeça e depois de pronto para a escalada resolveu desistir por falta da condiçöes físicas (dor de cabeça).
Eu acordei na pilha de partir para o cume. Coloquei a minha roupa de escalada e desci para ver como estava a situaçäo entre os guias.

Conversei com o Jaime (guia) e combinamos que eu iria seguir o grupo dele, um casal de espanhóis. Consegui 1 litro de água quente para preparar um chá, uma vez que o meu fogareiro estava com problemas. Comi um pedaço de päo e geléia que alguém me ofereceu na hora.

Nota: com a desistência do Adilson, esquecemos de pegar uma parte da comida que estava com ele.

As 02 hs da madrugada chegou o momento de sairmos para o ataque ao cume. A caminhada começa no glaciar e com uma forte subida. Estavamos em quarto blocos em direçäo ao cume: casal de espanhóis com guia, um padre italiano e amigo mais um guia, uma francesa e guia e eu solo.




A caminhada sobre o glaciar foi bem cansativa durante a madrugada, até pensei em desistir mas mantive o pensamento forte em alcançar mais esse objetivo. Quase ao final da caminhada do glaciar, próximo da rampa final, algumas pessoas desistiram. Na realidade quase todos desistiram e só ficou a francesa e eu. Houve uma troca de guias entre a francesa e o casal de espanhóis. Com isso o Jaime (guia) ficou de levar a francesa até o cume.

Fui seguindo os dois até chegar na rampa final. Perguntei para o Jaime como eram as condiçöes de subida. Ele me afirmou que era tranquilo, o gelo estava em boas condiçöes e a inclinaçäo da rampa era entre 45 - 55 graus.

Olhei bem e resolvi encara o desafio de fazer os 200 metros de rampa final em solo. Com isso toquei para cima até o cume, onde fui o primeiro a chegar no cume aquele dia (07:30hs da manhä). Fiquei muito emocionado porque afinal cheguei sozinho ao cume do Huayna Potosi (6088 mts) com um visual incrível.

Depois chegou o Jaime com a francesa e logo na seqüência um guia que estava trazendo um senhor (suiço) até o cume. O dia estava maravilhoso e deu para apreciar mais uma vez bem lá do alto todo o Altiplano Boliviano e a Cordillera Real.

O retorno novamente foi tranquilo e acabei descendo na corda do Jaime, uma vez que descer a rampa iria requerer mais tempo e cuidado. Assim, o nosso retorno foi rápido. Fui logo atrás do Jaime e francesa na caminhada de descida do glaciar, porque fui parando para "sacar" fotos.

Cheguei no Acampamento Alto e logo corri pegar as minhas coisas e descer para o refúgio a 4700 mts, onde o Guilhermäo estava me esperando. Depois de uma hora de caminhada cheguei no refúgio, 11:00hs da manhä. Tivemos sorte de ter um táxi retornando para La Paz que estava vazio, assim quando foi 13.00hs estavamos no hotel Glória para um glorioso banho e almoço.

Achei incrível estar no meio da tarde caminhando por La Paz, sabendo que as 07.30hs da manhä estava no cume do Huayna Potosi. A noite tivemos um jantar onde comemoramos o cume com uma garrafa de vinho, enquanto discutiamos a nossa próxima aventura (Death Road).



Veja a seguir: Death Road (Estrada da Morte)

Apacheta

Estamos aproveitando intensamente o nosso tempo aqui na Bolívia, o que me dificultou em manter o Blog atualizado.

Hoje (20/07) está ocorrendo uma greve geral em La Paz e tudo está parado, portanto estou tirando o dia para atualizar o blog com as últimas aventuras e emoçöes que tivemos por aqui.

Depois do Pequeño Alpamayo veio o cume do Apacheta depois de um trekking com duraçäo total de 5 horas e meia (ida e volta) que nos proporcionou uma vista maravilhosa do Altiplano Boliviano (vista para o lago Titicaca) e Cordillera Real.

Segue o slideshow/vídeo do Apacheta e retorno para La Paz.



Apacheta

domingo, 15 de julho de 2007

Pequeno Alpamayo

Os planos iniciais foram modificados devido a uma mudança climática de última hora. No dia 09 acordamos com um tempo chuvoso e muito frio em La Paz. Logo pela manhä o guia Juanjo ligou informando que havia caido muita neve nas montanhas e nas estradas de acesso. Portanto as condiçöes na montanha näo eram favoráveis. Fomos convencidos a ficar mais um dia em La Paz, para desânimo geral, mas precisamos saber lidar com essas adversidades.

No dia seguinte acordamos animados e decididos partir para as montanhas mesmo com um frio intenso, desde que as estradas tivessem em condiçöes de acesso. As 09 horas da manhä o motorista da Van já estava em frente do hotel, carregamos as nossa coisas e partimos em direçäo a Tuni onde fica o acesso ao acampamento base do Condoriri.

(1o. Dia) Chegamos em Tuni próximo do meio-dia para despacharmos os nossos equipamentos nos burritos e lhamas. A caminhada até o acampamento base teve início as 12.45hs e duraçäo de três horas em um ritmo muito tranquilo, aproveitanto a paisagem maravilhosa da regiäo mesmo com o tempo fechado.

Assim que chegamos no acampamento corremos para armar as barracas e preparar o nosso jantar para evitar o frio do início da noite. Na montanha o frio chega muito rápido com o pôr-do-sol.

(2o. Dia) Durante a noite caiu muita neve e acordamos com um dia todo branco no acampamento, com as barracas cobertas com neve. O Adilson praticamente näo conseguiu dormir na primeira noite sentindo um pouco dos efeitos da altitude, uma vez que estavamos dormindo a 4650 mts de altitude.

Conforme planejamos o dia foi para um treino no glaciar que iriamos enfrentar. A caminhada até o início do glacier e de aproximadamente 85 minutos. Depois passamos umas duas horas andando sobre o glaciar para praticarmos o uso dos crampos e botas duplas.

No final do dia descidimos fazer o ataque ao cume na madrugada do dia 12, saindo por volta das 03:30hs da madrugada.

PS - O Galo resolveu retornar para La Paz e desistir do ataque ao cume, uma vez que näo estava muito bem.

(3o. Dia) Apesar de alguns atrasos na nossa programaçäo saimos por volta das 04.15hs da madrugada para a caminhada. Na chegado do glaciar, momento no qual colocamos os crampons e nos encordarmos tivemos a infeliz supresa que o Guilherme tinha perdido o piolet. Resolvemos mudar as cordadas e saiu o Zen com o Adilson em uma cordada e eu e Chico em outra. O Guilherme foi atrás do piolet e iria fazer uma tentativa de nos alcançar um pouco mais tarde.

A caminha sobre o glaciar foi longa e muito difìcil durante toda a madrugada, com o perigo das gretas (fendas enormes que se forma sobre a superfìcie de gelo), muitas vezes as gretas ficam cobertas com a neve que cai na noite. O Pedräo foi liderando com muito cuidado e depois de umas duas horas e meia uma cordada com três americanos assumiram a nossa frente e começaram a facilitar o nosso trabalho, melhor do Zen.

Chegamos no cume do Tarija por volta das 10.00hs da manhä, um pouco tarde para o ataque ao cume do Pequeno Alpamayo. Temos que ir ao cume do Tarija de lá descemos uns 35 metros de parede, ou seja, desecalamos uma parte de rocha de baixa dificuldade mas exige atençäo por ter muita rocah solta. Passamos pelo col (Tarija - Pequeno Alpamayo) para daí sim fazer a escalada final.

Foi muito emocionante a chegada no cume do Pequeno Alpamayo, melhor assistir o filme para se ter uma idéia da emoçäo do grupo. Infelizmente estamos apenas eu, Zen e Adilson na cordada. O Galo retornou para La Paz, Guilherme precisou desistir da esclada e o Chico acabou entrando na cordada de outros brasileiros que estavam vindo um pouco atrás de nós. De qualquer maneira foi sensacional.

Retornamos com muita segurança e bem tranquilos do cume do Pequeno Alpamayo, mesmo assim chegamos exaustos no acampamento para uma comemoraçäo.

(4o. Dia) No quarto dia tivemos mais uma baixo no grupo, o Chico descidiu retornar para La Paz para se refazer do ataque ao cume. Com o grupo reduzido e todos sentindo-se bem resolvemos fazer uma caminhada até o cume do Apacheta (5200 mts), conhecido também como Austria.

No retorno tivemos o nosso melhor jantar na montanha e assim fechamos essa etapa com chave de ouro e três cumes acima de 5000 mts e dois dias.

(5o. Dia) Jogo rápido. Desarmar barraca e acampamento, carregar os burritos e caminhada para Tuni. No início da tarde estavamos em La Paz para almoço e um banho muito merecido.